Forças de defesa nas ruas de Luanda assustam angolanos


O reforço de agentes da defesa e segurança na rua e instituições públicas, em Luanda, está a ser visto, por populares, como uma medida de intimidação. Os angolanos mostram-se assustados e questionam esta verdadeira exposição de material de guerra. 


Desde ontem e até ao dia 20 de Setembro foram tomadas medidas preventivas para evitar “incidentes que perturbem a ordem e tranquilidade públicas”.

O reforço de agentes da defesa e segurança na rua e instituições públicas, em Luanda, está a ser visto, por populares, como uma medida de intimidação, numa altura que se aguarda o pronunciamento do Tribunal Constitucional em relação ao recurso do maior partido da oposição, a UNITA;

O Tribunal Constitucional de Angola aceitou a Providência Cautelar entregue pela UNITA. A providência cautelar contesta os resultados das eleições que deram a vitória ao MPLA. Desta forma, a atribuição de mandatos fica suspensa até o Tribunal se pronunciar sobre o caso.

Os angolanos mostram-se assustados e questionam a exposição de material de guerra. As FAA, Forças Armadas Angolanas, anunciaram este domingo, 4 de Setembro, a entrada em estado de prontidão combativa elevada até 20 de Setembro, para prevenir incidentes pós-eleitorais, sobretudo na capital angolana.

A medida que visa também proteger as instituições públicas e devolver o sentimento de segurança aos cidadãos, enquanto durar a crise pós-eleitoral, está a dividir a opinião entre os luandenses.

Ribeiro da Cunha, reformado de 72 anos, acha normal o reforço de militares das Forças Armadas Angolanas, da Polícia Nacional, atendendo ao período que o país atravessa.

“Desde então a polícia sempre esteve na rua, para manter a ordem e tranquilidade da população. E hoje não vejo coisa estranha, quando as forças armadas existem para a defesa da integridade do país”, assegurou Ribeiro da Cunha.

Opinião contrária tem Elone Emanuel, para quem este dispositivo não se justifica. "Tantos militares e polícia na rua não se justifica, já que o MPLA alega ser o vencedor das eleições de 24 de Agosto", explica Elone Emanuel, lembrando ser "anormal e desnecessário, visto que estamos no pós-eleição e as eleições até correram bem. Não há razões de estimularem o medo no seio da população", disse o estudante.

A comerciante Marta Numa confirma a presença de forças armadas e da polícia em massa no seu bairro, mas que estes estariam a aproveitar o momento para extorquir dinheiro aos automobilistas.

“O que vejo, principalmente, na minha rua, eles estão sempre ali, mas a interpelarem, simplesmente, os carros, os motoqueiros, tudo para quê? Para conseguirem dinheiro. Mas o que eles têm que fazer, na verdade, não fazem, uma vez que a minha rua tem muitos gatunos”, denuncia Marta Numa, de 26 anos.   

O comunicado das FAA alega, ainda, que serão reforçadas as medidas de segurança em torno dos principais objectivos económicos e estratégicos e das instituições do Estado, medidas de controlo do movimento de colunas militares e de restrições na saída de aeronaves militares.








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